Você já parou para pensar que se fala pouco o quanto a integridade mental dos trabalhadores está em risco?
Nossa relação com o trabalho
O trabalho é uma atividade que ocupa grande parcela do tempo de nossas vidas. Se pararmos para analisar, passamos muito mais tempo no trabalho, do que em convívio com nossa família e amigos.
Nem sempre o trabalho consegue promover realização profissional, na verdade, é melhor dizer que quase nunca o trabalho conseguirá nos oferecer isso; principalmente se levarmos em consideração a pouca valorização profissional no mercado e o clima organizacional e emocional existente no ambiente laboral.
Acontece que o que poucas pessoas nos contam é que o trabalho pode causar problemas muito além da insatisfação, que podem nos levar à exaustão.
Globalização x Saúde
As mudanças que têm ocorrido no mundo do trabalho, como por exemplo, a globalização, a instabilidade econômica, as novas tecnologias, a grande competição por vagas, a necessidade de se produzir mais e mais, muito mais rápido e evitando desperdícios, entre muitos outros fatores, acabam gerando um desgaste físico e emocional nos trabalhadores.
Nessa nova configuração organizacional, são requeridas novas exigências de qualificação e de competências do trabalhador. Como resultado, novas enfermidades surgem em decorrência dessas mudanças. Os agravos mentais ocupam lugar de destaque. Dentre eles encontramos a Síndrome de “Burnout”.
O que é “Burnout”?
De origem inglesa, o termo “Burnout” designa algo que deixou de funcionar por exaustão de energia.
Podemos definir que o termo descreve um conjunto de sintomas causados por sinais de exaustão emocional, relacionados à má adaptação de um indivíduo a um trabalho prolongado, altamente estressante e com grande carga tensional.
Chega-se a um estado de esgotamento bastante prejudicial à saúde emocional, que muitas vezes se reflete na saúde física e ainda vem acompanhado de uma sensação de incapacidade para lidar com as tarefas profissionais.
Organização Mundial da Saúde (OMS)
A Organização Mundial de Saúde, classificou a Síndrome de Burnout como um fenômeno ocupacional, ou seja, não é uma doença, porém é um fator que leva uma pessoa a um estado de esgotamento físico e mental, onde ela precisa procurar atendimento profissional.
Para o Ministério da Saúde, a síndrome de Burnout é um distúrbio emocional provocado justamente pelo excesso de trabalho, principalmente o trabalho não satisfatório, desgastante, muito competitivo ou que demande grandes níveis de responsabilidade.
Síndrome de Burnout, como identificar?
A Síndrome de Burnout costuma ter três características principais:
- Exaustão;
- Menor identificação com o trabalho; e
- Sensação da redução da capacidade profissional.
Em outras palavras, se você está se sentindo exausto, incapaz e odeia o que faz, alerta vermelho: pode ser preciso procurar ajuda!
Segundo o Ministério da Saúde, os principais sintomas da síndrome de Burnout são:
- Cansaço excessivo, físico e mental;
- Dor de cabeça frequente;
- Alterações no apetite;
- Insônia;
- Dificuldades de concentração;
- Sentimentos de fracasso e insegurança;
- Negatividade constante;
- Sentimentos de derrota e desesperança;
- Sentimentos de incompetência;
- Alterações repentinas de humor;
- Isolamento;
- Fadiga;
- Pressão alta;
- Dores musculares;
- Problemas gastrointestinais;
- Alteração nos batimentos cardíacos.
A maioria das pessoas no Brasil passa a maior parte do tempo trabalhando. Se esse é o seu caso e, ainda por cima, você não gosta do que faz, seu trabalho pode acabar custando muito caro para a sua saúde.
Como prevenir a Síndrome de Burnout
A melhor forma de prevenir a Síndrome de Burnout é criando estratégias pessoais que diminuam o estresse e a pressão no trabalho.
Condutas saudáveis evitam o desenvolvimento da doença, assim como ajudam a tratar sinais e sintomas logo no início. Conheça algumas:
- Defina pequenos objetivos na vida profissional e pessoal;
- Participe de atividades de lazer com amigos e familiares;
- Faça atividades que “fujam” à rotina diária, como passear, comer em restaurante ou ir ao cinema;
- Evite o contato com pessoas “negativas”, especialmente aquelas que reclamam do trabalho ou dos outros;
- Converse com alguém de confiança sobre como está se sentindo;
- Faça atividades físicas regulares. Pode ser academia, caminhada, corrida, bicicleta, remo, natação etc.
- Evite consumo excessivo de bebidas alcoólicas, tabaco ou outras drogas, porque podem agravar a confusão mental.
- Não tome remédios sem prescrição médica;
- Descanse adequadamente (se possível, 8h ao dia).
Enfim, procure manter o equilíbrio entre o trabalho, lazer, família, vida social e atividades físicas.
Seja seu maior compromisso. Não se atrase, nem deixe para depois. Você é agora!