Tenho certeza de que em algum momento você já parou para pensar no quanto o atendimento à NR 12 traz prejuízos às empresas. Como nós também já paramos para pensar sobre isso diversas vezes, que tal explorarmos alguns pontos importantes sobre esse assunto?
Quando você pensa em prejuízo, você pensa em quê?
Parece uma pergunta boba, mas faz sentido, pois veja bem: muitas vezes, o que você funcionário considera como prejuízo, pode ser que o diretor da empresa não considere, e vice-versa.
A definição da palavra prejuízo, está inserida no contexto de perda ou dano, e neste caso, uma perda ou dano totalmente conectada ao financeiro.
Então, quando pensamos em prejuízos relacionados à NR 12, o que vem à cabeça normalmente é: “NR 12 custa caro e todo o dinheiro investido nisso, será perdido”, logo, prejuízo.
Mas será isso mesmo?
Investimento é prejuízo?
Quando falamos em investimento, estamos levando em consideração de que aquele valor investido vai nos beneficiar de volta com algo, certo?
Por que então, quando falamos sobre a NR 12, pensamos primeiro em investimento relacionado a prejuízo e não em investimento relacionado a algum retorno benéfico?
Talvez, porque fomos contaminados, durantes muitos anos, com inúmeras informações falsas sobre a NR 12, como também, não nos entregaram muitas informações realmente relevantes sobre o assunto; informações essas, que vamos explorar a seguir.
Seguro Acidente de Trabalho (SAT)
O Seguro Acidente de Trabalho é um tributo, que as empresas pagam mensalmente junto com as demais verbas recolhidas sobre a folha de pagamento dos funcionários.
Ele tem como objetivo custear os benefícios pagos pelo INSS, relacionados aos acidentes de trabalho, como:
- auxílio-doença acidentário;
- aposentadoria por invalidez;
- auxílio-acidente;
- habilitação e reabilitação profissional e pessoal; e
- pensão por morte.
Atenção: esse é um segundo tributo que as empresas pagam mensalmente ao INSS (além dos tradicionais 20%).
O que é importante sabermos aqui?
Que, quanto maiores os índices de acidente dentro de uma empresa, maiores os custos a serem repassados em forma de imposto ao INSS, uma vez que os cálculos são feitos sobre números percentuais, em que o resultado pode variar de 1% a 3%.
Então, é lógica, quanto menor o número de acidentes na empresa, menores os custos com impostos.
Investimento em Saúde e Segurança do Trabalho
Empresas que investem em saúde e segurança do trabalho, previnem uma série de situações que poderiam fazer com que a integridade física e mental dos trabalhadores esteja em risco.
A partir de ações concretas para diminuir riscos e melhorar a saúde dos funcionários, o perigo de que eles tenham doenças ocupacionais e acidentes laborais é reduzido.
Considerando essas reduções, é possível, a médio-longo prazo, reduzir também o Fator Acidentário em que a empresa está inserida e com isso, diminuir o tributo de Seguro Acidente de Trabalho repassado mensalmente ao INSS.
Retorno do Investimento a longo prazo
O maior desafio em relação às empresas investirem em Saúde e Segurança do Trabalho, é que a análise sobre o retorno desses investimentos é feita pensando em um período bastante curto, quando ela deveria ser feita pensando a médio e longo prazo.
Não é possível reduzir acidentes de um dia para o outro, modificar a cultura organizacional de um dia para o outro, transformar os hábitos de trabalho das pessoas, de um dia para o outro.
É importante então, compreender, que é um processo e que por ser um processo, ele tem várias fases e leva um certo tempo.
Conclusão
Se pensarmos que a palavra investimento está relacionada a algum retorno benéfico, nós temos muitos motivos para dizer que é sim um investimento e não um prejuízo, pois além de possibilitar a redução de repasses de impostos, o que podemos dizer que se transforma em um “lucro real” para a empresa em algum momento, também oferece aos trabalhadores qualidade de vida no trabalho, o que se transforma em maior produtividade, queda no percentual de afastamentos, há melhora quanto à imagem da empresa pra quem vê de fora, e muito mais!